quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A pintura

O título do texto não faz referência às obras de arte. Na verdade, o assunto a ser tratado aqui é outro. Quero falar da discrepância existente entre o discurso e a prática. Muitas vezes nos reunimos na tentativa de encontrar soluções para problemas profissionais, familiares ou conjugais. Mas saímos destas "reuniões" com a sensação de que não resolvemos absolutamente nada. Ao longo do tempo deparamo-nos com os problemas novamente e constatamos perplexos a gigantesca distância entre a fala e as ações. Como diz o ditado popular "falar é fácil, fazer é difícil". Toda atividade humana sofre a frustração dificultosa da prática. Falamos, discutimos, dissertamos, mas pouco ou quase nada é feito de fato. Há pouco tempo decidi que eu mesmo pintaria minha casa. Consultei várias pessoas, até mesmo especialistas no assunto e todos sem excessão, disseram-me que seria facílimo fazer aquela pintura e que eu mesmo poderia fazê-la. Há três dias que estou trabalhando e ainda há muito a ser feito. O engraçado de tudo isso é que ao fim de cada dia de serviço árduo vejo que nada é tão fácil assim como dizem por aí.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal

Em meio à mesa farta acompanhada dos sorrisos de parentes e amigos não devemos esquecer de que a fome desola o mundo e de que há gente sem família e sem amigo.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Serviços privados no Brasil

O atendimento dos serviços privados no Brasil vai de mal a pior. Aeroportos, bancos, universidades, hospitais, supermercados, telefonia tornam-se muitas vezes um pesadelo para quem busca tão somente uma solução. Os funcionários além de serem mal remunerados se desdobram para suprir uma carga horária pesada. A falta de criação de novos postos de trabalho por empresários gananciosos que querem a cada dia lucrar mais também contribui para o caos da administração dos serviços privados no Brasil. Aliás, em nosso país sempre houve o mito do mal funcionalismo dos serviços públicos, será que são somente os órgãos públicos que deixam a desejar? Aproveitando o ensejo gostaria de deixar aqui registrado os meus cumprimentos e agradecimentos ao 3° maior banco do país, atualmente, o Bradesco. Gostaria de parabenizar o banco pelo excelente serviço que tem prestado à sociedade. Hoje, por exemplo, permaneci uma hora e meia na fila para ser atendido, ouviram? Uma hora e meia! Na fila lembrei-me daquela lei que dava direito ao cliente de espera de no máximo 15 minutos. Então, liguei para o Procon e me informaram que a lei caiu. Eu também quase caí ao saber disso. Alguém aí acredita na nova lei para os serviços de telemarketing? Nem vou responder.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Sociedade dos poetas mortos

Havia algum tempo que eu não assistia ao filme "Sociedade dos poetas mortos". Na verdade não o achei na locadora. Comprei-o em uma dessas lojas de departamento. O filme surpreendeu-me novamente com a comovente história de um professor de literatura que tinha como principal objetivo despertar seus alunos para o mundo das artes. Talvez isso bastaria para dizer que o filme é bom, mas o que o faz realmente bom é o fato de mostrar como é difícil ser diferente numa sociedade que sempre reproduz o mesmo.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A foto do ano



Esta é a fotografia do ano eleita pela Unicef. É absurdo que um ser humano viva em situações como esta em pleno século XXI. E mais triste ainda é que exista uma premiação para a imagem de tal atrocidade. A miséria e a fome viraram espetáculo no mundo do capital. Ganha-se dinheiro com a devassidão humana. Promovem-se concursos para a apreciação da pobreza. A fotógrafa Alice Smeets foi premiada. E a menina da foto em uma favela de Porto Príncipe, capital do Haiti, será que recebeu algum prêmio? Será que está viva ainda ou já morreu de fome e desnutrição?

Muitos escritores e poucos leitores...

Talvez estejamos vivendo a época de maior euforia da escrita em todos os tempos e não tenhamos dado conta disso. A verdade é que cresce seja editorialmente ou virtualmente o número de pessoas que se comprometem com a escrita. A internet proporciou, enfim, a tão sonhada democratização da escrita. Desde este pequeno blog no qual falo e tento pôr um pouco de minhas idéias até o lançamento do maior best-seller mundial, todos, inclusive este que vos fala, querem escrever. Alguns com pretensões maiores de alcançar, quem sabe, o sucesso no vasto mercado editorial, outros nem tanto, desejam escrever sobre suas vidas e sobre aquilo de que gostam. A verdade é que há livros e blogs para todo tipo de gente e de gosto. Mas será que temos leitores para tantos escritores? Às vezes, tenho a impressão de que o número de autores não equivalem ao de leitores. Tomará que isso seja tão somente uma impressão, apenas mais uma impressão como os livros que saem todos dias das gráficas.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Parabéns à prefeitura (uma questão local)

Parabenizo a Prefeitura de São Paulo pela obra que vem sendo construída no Campo Limpo. Em Fevereiro de 2009 completar-se-á um ano e quase nada foi feito. A estrada que passa próximo à universidade vive sendo recapeada e quando todos pensam que tudo ficará pronto novo recapeamento e mais areia, pedra e poeira. Dizem que outro dia uma motocicleta derrapou nas pedras e o motociclista foi parar embaixo de um ônibus e morreu. Tudo isso se dá num pequeno trecho de aproximadamente 300 metros há exatamente 10 meses. Parabéns a todos que também contribuíram com a ineficiência desta gestão escolhendo-a para mais 4 anos. Parabéns ao prefeito e a seus eleitores!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Pior que a ignorância... (Lu leia esta)

Outro dia fui à exposição sobre José Saramago no instituto Tomie Otake. Gostei muito do que vi e li. Mas do que ouvi nem tanto assim. Na verdade, não estou me referindo aos arquivos auditivos da exposição (entrevistas, leituras e depoimentos do autor), mas dos comentários de algumas pessoas que por ali passavam. Não posso dizer algumas pessoas, retifico então, duas pessoas. Precisamente dois senhores de cabeças brancas que tinham idade suficiente para serem mais velhos do que meus pais. Se tivessem ficado quietos, observando a mostra teriam me passado despercebidos. Ocorre que um deles falou e o que disse foi para mim (jovem) desanimador. "Quem é este cara?" o senhor mais novo se referia a Saramago, o outro respondeu "É um escritor, acho que é famoso." Concordo que ninguém sabe tudo ou como diria Platão "Só sei que nada sei", mas não saber é o princípio motivador para se passar a saber e depois outras coisas conhecer, assim infinitamente. Não fiquei consternado com os comentários dos dois senhores , apesar de que eles poderiam ter ficado calados para não saírem dali como ignorantes pelo menos para mim. O pior que a ignorância foi terem dito logo em seguida, "Vamos embora". Já estavam ali, poderiam ter descoberto o que quisessem, mas preferiram sair da mesma maneira como entraram.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A menina de amarelo

Outro dia vi uma menina vestida de vestido amarelo. Sua pele morena contrastava com a sua roupa. Ela sorria. As amigas que estavam junto dela também se mostravam alegres. No entanto, a moça de amarelo estava irradiante. Logo deixará de ser a menina de amarelo e se tornará uma mulher. De qualquer modo seu sorriso permanecerá em meu pensamento como sendo o riso de uma moça nem bonita nem feia, que carregava num dia de sol um canudo de formatura e um vestido amarelo. Ainda há esperança.

sábado, 6 de dezembro de 2008

A aprovação do presidente

Saiu ontem na Folha de São Paulo na primeira página o aumento do índice de aprovação do governo Lula, indicativo que mostra a satisfação de 70% da população com o atual presidente. Apesar da crise financeira que se alastra pelo mundo o povo brasileiro mantém a esperança de que 2009 seja um ano melhor que 2008. O pessimismo de alguns analistas econômicos e de parte da imprensa não conseguiu abalar a confiança que os eleitores de Lula depositaram nele. O governo não conseguiu sanar em muitos campos as deficiências e as mazelas da sociedade brasileira. Não se mostrou com coragem suficiente para estabelecer uma reforma política e judiciária no país. A política econômica de Lula se manteve durante todo o tempo conservadora e mais do que nunca neo-liberal já que é o próprio presidente, que agora pede aos brasileiros para acelerarem o consumo. Embora haja muito a ser feito pelo próximo presidente o governo de Lula tem um mérito indiscutível e inegável a freada na privatização das empresas estatais. Imaginem se tivéssemos hoje sem a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal? Certamente o Brasil já teria imergido na crise há muito tempo.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Jovens cidadãos

Uma imagem que vi há alguns dias não sai da minha cabeça. Folhas de cadernos na calçada de uma escola foi o que vi. Alguém pode até perguntar: - Tudo bem e o que é chocante nisto? Acontece que não eram duas ou três folhas, eram mais de mil que cobriam um espaço de aproximadamente 50 metros. Ao vê-las de longe, pensei que fossem panfletos publicitários, mas logo percebi que havia me enganado. As folhas brancas cobriam a calçada cinza e o asfalto negro. Nelas estavam escritas as mais variadas grafias. Haviam equações de matemática, exercícios de gramática, mapas geográficos e até mesmo desenhos. Presumi então que aquelas folhas compuseram os cadernos de muitos alunos durante o ano todo e que agora se encontravam ali jogadas e levadas pelo vento. Algumas folhas estavam queimadas. Talvez, os jovens alunos quiseram comemorar o fim do ano letivo, arrancando as páginas dos cadernos. Ou quem sabe, não tenha sido isso uma forma de protesto? De qualquer maneira, comemoração ou protesto, a imagem não sai de mim. Afinal, que cidadania é esta que a juventude está exercendo? Queimar cadernos e livros lembra um certo autoritarismo antiquado que não respeita o conhecimento humano. Será que este é o verdadeiro valor que os jovens dão à educação?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A coleta seletiva do lixo

Em alguns bairros de São Paulo a coleta seletiva do lixo é feita de maneira eficaz. Em condomínios residenciais o lixo já é separado pelos próprios moradores em compartimentos diversos para papel, plástico, metal e lixo orgânico. Acontece que, em boa parte da cidade, principalmente onde residem as pessoas mais pobres este tipo de serviço não é oferecido e nem ao menos incentivado. Podemos simplesmente dizer que a população não tem consciência ambiental? Ou que as autoridades competentes não estão tomando as medidas necessárias para que este tipo de serviço seja oferecido a todos democraticamente? Será que as pessoas mais carentes não podem exercer efetivamente o direito de proteger a natureza? Afinal, todos custeiam os gastos da máquina pública. Espero que esta fraca voz que vos fala seja ouvida em algum lugar...