segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Três assuntos

1º A polêmica minissaia da Uniban tomou conta da mídia de tal maneira que até parece que vivemos em uma sociedade altamente tolerante, que sempre respeitou a diversidade, mas que de uma hora para outra mudou seu comportamento. Desculpem-me o vulgo, mas fizeram de um peidinho uma caguaneira... rs. Há pouco tempo dois rapazes homossexuais foram expulsos de uma festa na faculdade de medicina veterinária da USP pela insinuação de um beijo e isso não foi mostrado por nenhuma emissora. Acho que ninguém gravou as imagens no celular, que pena... Será que não deveriam ter promovido uma discussão? Ou ainda parado a universidade para discutir esse tipo de atitude intolerante como "especialistas" estão propondo no caso da minissaia. Mais uma vez, tenha paciência! Atos de intolerância é infelizmente o que mais vemos no dia a dia, basta sair com o carro na rua.

***************************************************************************************

2º Por falar em educação a Folha de São Paulo promete um novo caderno que será publicado às segundas e que abordará exclusivamente o assunto. Hoje o jornal deu uma prévia de como esse enfoque será trabalhado, dizendo entre muitas outras bobagens que o salário do professor não está relacionado diretamente ao bom desempenho do docente em sala de aula. Vamos fazer o seguinte, troquem o salário de um professor de ensino público pelo do jornalista que escreveu essa asneira. Tenho certeza de que o nosso ilustre jornalista pensará duas vezes antes de sentar em frente à tela de um computador em uma redação bem acondicionada e escrever bobeiras. Afinal, ele não conhece uma sala de aula e por isso não pode falar do que desconhece. Acho que a Folha de São Paulo assim como o grupo Abril deveriam recrutar os seus mais talentosos críticos da educação e colocá-los por mínimo seis meses em uma sala de aula numa escola pública na periferia de São Paulo, só para ver que excelente trabalho eles iriam desempenhar já que teoricamente são tão eficientes.

*************************************************************************************

3° Futebol. É vergonhosa a atuação de um árbitro como Carlos Eugênio Simon, sem palavras. Não, não sou palmeirense, mas este excelente juiz já tinha roubado o tricolor, expulsando injustamente o Rogério Ceni. E dizem que esse é o país do futebol, imaginem se não fosse...

sábado, 26 de setembro de 2009

Certas palavras

Quando criança eu me encantava com o som que certas palavras produziam. Achava bonita a palavra FAVELA, ela me fazia pensar em outros vocábulos tal como FIVELA. Eu na minha ingenuidade pueril não saberia distinguir o sentido das duas, mas o som de FA-VE-LA me causava um encantamento e também um temor. Mais tarde na adolescência, no tempo da escola, fiz amigos e lembro que alguns deles moravam em favela. Perdi ao mesmo tempo o receio e o encantamento que tinha pela palavra. Todavia, a favela ainda mexe comigo e ela me faz agora lembrar VELA ou até mesmo algo que mais tenha a ver com ela VIELA. Ocorre que esta palavra assim como outras está saindo do uso cotidiano e logo a favela morrerá, quer dizer, morrerá somente a palavra, pois as moradias em meio a vielas ainda ficarão suspensas no alto do morro, mudando-se apenas o nome que agora é comunidade. Passa-se o tempo e mudam-se os nomes, mas o que percebemos é que a realidade é a mesma. E o que dizer do preto velho? É melhor eu me corrigir e dizer idoso afrodescendente.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

sábado, 25 de julho de 2009

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A vacina da gripe

Vejam a manchete publicada pelo jornal El Clarin da argentina a respeito da gripe A:

Gripe A: Argentina planteó levantar la ley de patentes para fabricar la vacuna
12:34
En la cumbre del Mercosur, Cristina pidió que "se propicie la suspensión" de esa ley para que en la región se pueda producir la vacuna. Agregó que la salud de millones de personas "no puede estar supeditada a interese económicos".


No Brasil, acompanhamos todos os dias notícias a respeito da Gripe A. Os médicos infectologistas e até mesmo o ministro da saúde dão pareceres sobre a nova gripe. Falam sobre formas de prevenção, os sintomas, etc. Mas nenhuma autoridade expôs o motivo pelo qual a produção da vacina no Brasil foi abruptamente proibida. Vendo a manchete de El Clarin entendemos o porquê da não aceitação do desenvolvimento de uma vacina brasileira. Afinal, a questão é econômica, quer dizer, brigas por patente. Enquanto isso pessoas vão morrendo todos os dias. Mas o nosso ministro só faltou dizer que não há problemas, pois pessoas morrem mesmo com a gripe sazonal. A verdade é que não se podia permitir que em nossa época pessoas morressem de gripe por descaso, ou melhor, por interesses econômicos que parecem estar acima de qualquer vida humana. A vacina está sendo desenvolvida na Austrália e será aplicada nos europeus e nos norte-americanos no próximo inverno, quer dizer, no final deste ano. E nós? Nós esperaremos até o próximo ano torcendo ansiosamente para que o vírus da gripe não nos infecte.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O rapaz do capuz (baseado numa história real)

Seu aspecto era horrendo, andava um tanto desleixado. Quem o visse de longe logo pensaria que se tratava de um mendigo mal cheiroso. Entrara pela loja como sempre fizera. Não olhava para os lados. Podia ser que alguém o quisesse inquerir sobre sua atitude incomum. As moças da botique já haviam se habituado com o inusitado rapaz de capuz preto que entrava toda noite no mesmo horário e que sempre fazia a mesma coisa: ia até o fundo da loja sem desviar o olhar, concentrado. Os clientes se assustavam com tamanha determinação e achavam que se tratava de um assaltante. De certa maneira, o que fazia, não deixava de ser um assalto, ainda que pequeno e vaidoso. Uma das moças da loja, novata naquele trabalho, não acreditou no que viu da primeira vez; na segunda se sentiu intimidada; na terceira deu risada; na quarta, na quinta e na sexta vez sintetizou aquilo no seguinte pensamento: Loucura!Realmente, só podia ser loucura. O cara entrava na perfumaria, escolhia um dos perfumes mais caros, usava-o e saía da botique sem dar qualquer explicação tal como "volto depois", "não me agradei" etc. Entrava e saía do mesmo modo, cabeça baixa, capuz preto, olhar de soslaio. Mas andava sempre perfumado. Um dia uma das vendedoras o viu passar um creme no cabelo. Pela primeira vez havia tirado o capuz preto. Sem hesitar ela lhe perguntou, o que achou do gel? E ele respondeu, fedido!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Viva o grotesco!

Estamos vivendo a era do grotesco, ou melhor, a exaltação do feio, do descabido e do ridículo. Se houver alguém aí do outro lado deve estar se perguntando por que estou dizendo isso? Não quero bancar o moralista-conservador, este não faz o meu tipo, mas a verdade é que a nossa sociedade valoriza cada vez mais o feio em detrimento do belo. Mas afinal o que é feio e o que é belo? Chegamos em um ponto em que não há mais distinção entre um e outro, tudo se mistura, tudo se confunde. A vida privada invade a vida pública e vice-versa. Muitas pessoas não conseguem mais enxergar o limite que separa a vida íntima da vida social. Celulares tocam e são atendidos em todos os lugares: cinemas, consultórios, salas de aula, etc. E ficamos sabendo mesmo sem querer da vida íntima de outros, que, por sua vez, não se importam muito com isso. Falam-se alto, como nunca antes foi falado. Comem-se em todos os lugares, na rua, no carro, no ônibus, no ponto de ônibus, etc. A vida íntima nos sufoca. O paradigma inverteu-se, e hoje, quem prevalece é o pior. As meninas admiram os piores meninos . Eles falam gíria, andam de carro ou moto, desafiam as autoridades, promovem atividades ilícitas, mas estão no auge, são os preferidos. As meninas ainda "muitas" (nem todas) gostam de ser chamadas de cadelas, cachorras, entre outras coisas que não vale a pena detalhar. Que valores temos? Será esta a beleza de nossos tempos?

domingo, 21 de junho de 2009

Sobre o curso de Jornalismo

Este texto é comentário que fiz sobre a opinião contrária de um aluno e amigo sobre a possível extinção do curso de Jornalismo:

Desculpe, mas discordo de seu pensamento. A verdade é que o Jornalismo nunca foi profissão. Os grandes apresentadores de tele-jornais e até mesmo muitos escritores de nossa Literatura tais como Lima Barreto, Euclides da Cunha, Nelson Rodrigues, entre outros, contribuíram amplamente com jornais e fizeram Jornalismo. O curso de Jornalismo, alías, é algo novo, que deve ter surgido entre os anos 70 e 80, se não estou equivocado. O que acontece é que disseminar informação e avaliá-las não é algo que está mais agregado a um indivíduo portador de um MTB (registro de Jornalismo). Com o advento da internet a multiplicidade de textos informativos e opinativos cresce (tanto os bons quanto os ruíns, mas isso é democracia) e não ficamos com isso presos a veículos de comunicação tendensiosos, que publicam tão somente matérias que passam pelo cunho avaliativo de uma cúpula de "jornalistas" que muitas vezes têm "os rabos presos" com políticos e empresários de grandes corporações, publicando só aquilo que agrada ao "senhor diretor". Você já faz Jornalismo em seu Blog há tempos, sem mesmo ter diploma para isso. E há muitos "jornalistas" formados incapazes de expor uma opinião de qualidade sobre um tema qualquer. A verdade é que para o talento é preciso oportunidade e não um simples curso, dizendo quem tem ou não a capacidade de se comunicar bem.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sobre a crise

Agora podemos ver melhor os efeitos da crise. Alías, crise que nem se aproximou do Brasil, economicamente falando, mas que por outro lado se fez através do discurso ultra-conservador de nossos meios de comunicação tão eficientes na hora de fazer única e simplesmente, especulação. Alguns de nossos mais conhecidos jornalistas devem estar agora lamentando os errôneos prognósticos que fizeram sobre os efeitos da crise no país. Não adiantou a torcida do casal global para que a crise mundial derrotasse de vez o governo Lula. O terrorismo jornalístico feito no Brasil pelos grandes veículos de comunicação além de irresponsável é inadimissível. A impressão que temos é a de que se fala a torto e a direito sobre o que se quer e como se quer. A ética e o profissionalismo dos nossos ilustres jornalistas que deveriam trabalhar pela cidadania se esfacela a cada dia no pitaco e no opinismo exacerbado. Esperamos dias melhores.

domingo, 17 de maio de 2009

sexta-feira, 10 de abril de 2009

quinta-feira, 26 de março de 2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

domingo, 8 de março de 2009

O absurdo do absurdo

Uma menina de nove anos é estuprada. Ela fica grávida. Os médicos decidem optar pelo aborto até mesmo pela falta de estrutura físico-biológica da criança. Um padre resolve expor o pensamento da Igreja de que o aborto é um crime. O clérigo ainda diz que antes o estupro do que o aborto. Não sei o que é mais absurdo em toda esta história, se o estupro de uma criança de nove anos, se a deplorável opinião de um padre? Para o religioso o aborto significa a retirada da vida de um inocente. Agora pergunto: e a inocência tirada da menina de noves anos não há problema nisso? E a vida desta menina como fica?

sexta-feira, 6 de março de 2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

O Imaginário

A Lógica ao longo dos séculos sempre teve primazia em relação ao Imaginário. Todavia, a imaginação que constitui uma faculdade humana necessária sempre esteve presente nas obras de arte dos homens, mesmo que isso ainda tenha ocorrido à margem do esperado. Em nossos tempos o que é cada dia mais espantoso é o adeus que a humanidade dá ao Imaginário. A sociedade privilegia o pensamento enlatado e as imagens embaladas prontas para o consumo rápido e despreocupado. A reflexão e a criação de imagens através da leitura estão sendo a cada momento postas de lado num limiar que vai muito além daquela antiga margem. A televisão, o cinema, a internet trouxeram consigo novas formas de ver o mundo, mas nunca serão capazes de promover a criação subjetiva de imagens como a Literatura, que já é vista com despretígio por muitos. Penso que num futuro muito próximo não haverá mais sentido algum em se falar de arte para homens que se mostram amplamente insensiveis com relação ao outro. Vivemos numa era na qual a Razão ofusca a visão do sujeito e que não há mais espaço algum para o Imaginário.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Carnaval

O povo sorri. O povo se esquece da dor dos dias comuns. Em plena satisfação dionisíaca o povo se entorpece de desejo e se esquece da fome, da falta de dinheiro e da corrupção. Viva o carnaval!Viva aos dias alegres de uma alienação justa.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Jesus e o leproso

Pouco conheço da bíblia. Na verdade, tenho vontade de ler todo este livro para ver se há ali, quem sabe, um pouco de ficção. Mas, o assunto deste pequeno texto não é este, quer dizer, não falarei sobre a bíblia em termo amplo, enquanto livro, mas de uma pequena passagem que lá se passa. Dizem que Jesus ao se aproximar de um leproso, tocando-o, conseguira curá-lo. Dizem também que Jesus pedira ao homem que não contasse nada a ninguém. Adivinhem o que o ex-leproso fez? Sim, contou sua história à cidade inteira, e assim Jesus ficou conhecido ali e todos os doentes o procuraram. Jesus não teve mais paz e decidiu se isolar. A questão é, se o homem não tivesse dito nada Jesus não se tornaria famoso. Será que era realmente isto que Jesus queria???

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Alberto Caeiro (lembra Luh?)

Hoje estou poético. Para que você lembre das aulas mais ainda vai aqui um pequeno trecho do Mestre, Alberto Caeiro:

Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

??????????

Vejam que interessante este trecho de reportagem sobre o deputado Edmar Moreira do DEM, publicado no site do IG hoje:

"O deputado possui um castelo com 32 suites, 18 salas e 8 torres em São João do Napomuceno, Minas Gerais, no valor estimado entre R$ 20 milhões a R$ 25 milhões. Apesar disto, ele declarou à Justiça Federal o valor de RS 17,5 mil."

O que devemos dizer? Que vivemos em um país sério? Que o investimento na educação superou qualquer estimativa nos últimos tempos? Que o povo é bem assistido pela rede pública de saúde? Que a fome é inexistente em nossa sociedade? Que a desigualdade e a miséria se multiplicam a cada segundo por conta de um absurdo destes? Enfim, o que devemos dizer?

sábado, 31 de janeiro de 2009

Da minha ausência

Estive ausente todos estes dias, pois ando ocupado escrevendo o texto para o exame de qualificação de minha dissertação sobre a obra de José Saramago. Falta-me pouco para terminar esta parte do trabalho. Espero a compreensão daqueles que por aqui passam (se é que realmente passam), já que a minha ausência se justifica por um nobre motivo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

"Obama pede suspensão de julgamentos em Guantánamo"

O título acima faz parte de uma notícia boa que recebi por um site da internet hoje pela manhã. Este primeiro ato de Obama após a posse de ontem já indica que passaremos a viver uma nova era. Espero que não esteja enganado, mas tudo demonstra que o primeiro presidente negro dos Estados Unidos recuperará quem sabe o senso humanitário e humanista que tanta falta faz no mundo atual. Em suma, que traga consigo além da esperança o respeito pela vida, que nos últimos tempos vem sendo devassada seja no Iraque, na Palestina e em Guantánamo. Obama entra como o primeiro negro a governar uma das maiores potências do mundo, esperamos que saía como o homem que trouxe a paz e a compreensão das diferenças para o mundo.

sábado, 10 de janeiro de 2009

A estupidez religiosa

Li este de Alberto Dines e o achei interessantíssimo. O autor fala sobre o conflito bárbaro e covarde que estamos acompanhando em Gaza nos últimos dias promovido unicamente pelo fanatismo religioso.

Todas as guerras são estúpidas...
09/01 - 17:18 - Alberto Dines

...principalmente as guerras “santas”. Todos os panfletários são estúpidos, principalmente aqueles que fingem de pacifistas e pregam o ódio. A estupidez é contagiante, letal, principalmente quando se tenta ressuscitar von Clausewitz e fazer política por meio de guerras.
A Batalha de Gaza - o mais recente capítulo de uma tragédia que em 2008 completou 60 anos - é ainda mais estúpida porque foi cinicamente provocada e cinicamente explorada para aproveitar o imperioso intermezzo na Casa Branca. As duas partes perceberam que tinham exatamente 30 dias para fazer o que desejassem até a posse de Barack Obama em 20 de Janeiro.
Todas as guerras são estúpidas principalmente quando acionadas pelo descaso com suas consequências. Tudo começou em 19 de Dezembro quando o Hamas recusou a renovação da trégua proposta pelo Egito: exigiu maliciosamente que fosse estendida à Cisjordânia mesmo sabendo que ali os conflitos estão sob controle e quem manda é a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente como interlocutora do futuro Estado.
Não satisfeita, a direção do Hamas e/ou seus mentores além-fronteiras, resolveram intensificar os ataques com foguetes e morteiros contra as cidades da região sul-sudeste de Israel. Entre 19 de Dezembro e 27 de Dezembro (quando começou a violenta retaliação aérea israelense) foram disparados 300 foguetes/morteiros contra a população civil (em 2008 foram cerca de 2.700). Estes geniais estrategistas contavam com o vazio político no governo americano e imaginavam que, justamente em função dele, Israel não reagiria com tanta violência.
E por que razão reagiu Israel de forma tão “desproporcional”? Era uma oportunidade de ouro para desmantelar a estrutura militar do Hamas entranhada, enterrada na estreita Faixa, e uma chance de liquidar as pretensões do direitista Likud, favorito nas pesquisas para as eleições de Fevereiro.
Todas as guerras são estúpidas principalmente aquelas em nome da racionalidade. O que aconteceu com o pragmatismo do premier interino, Ehud Olmert? Em Setembro, em seguida à sua renúncia formal, surpreendeu os meios políticos ao declarar ao popularíssimo Yedioth Acharonoth, que “chegou a hora de dizer certas coisas” e estas coisas referiam-se a devolução dos territórios ocupados, devolução de parte de Jerusalém e devolução do planalto de Golan. Foi além: denunciou publicamente a estreiteza de alguns generais que ainda pensam como em 1948 (quando o nascente Estado foi invadido por cinco países vizinhos). E teve a ousadia de declarar que a ameaça nuclear do Irã é um problema internacional, não de Israel.
Façanha inédita, ousada e, como todos os pragmatismos – ao contrário das convicções – logo evaporado diante das situações de facto. Olmert deixou-se seduzir pelo espírito da “blitzkrieg”, guerra-relâmpago. Para liquidar as pretensões do direitista Bibi Netanyahu acabou clonando-o.
Todas as guerras são estúpidas. Principalmente esta provocada, explorada e magnificada para ferir e desacreditar as esperanças humanistas encarnadas por Barack Obama.
Todas as guerras são estúpidas, principalmente aquelas que se fazem em nome de Deus. O Hamas é um grupo religioso radical, fundamentalista (não no sentido teológico, mas político), o conjunto de forças que controla a Autoridade Palestina sob a égide do Fatah é laico. Assim também era o partido Baath do Iraque onde Saddam Hussein fez carreira. O Iraque hoje é uma terra de ninguém entre xiitas e sunitas.
Laicismo no Oriente Médio só com milagres. A racionalidade não prospera em meio à intoxicação clerical. A ortodoxia judaica geralmente opunha-se à criação do Estado de Israel, Ben Gurion deu-lhe uma pasta secundária no primeiro gabinete. Hoje, a direita israelense é majoritariamente religiosa, reacionários laicos são minoria.
A idéia do choque de civilizações é uma aberração: civilizações e culturas tendem a se completar, o que há naquela região é um déficit de democracia – menor em Israel – onde os estados não são nacionais, mas étnico-religiosos. “As guerras são os meios que Deus inventou para nos ensinar geografia” disse o satirista americano, Ambrose Bierce.
Gaza está pagando pelas iras sagradas que correm soltas à sua volta.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

237 crianças mortas!

E eu pergunto para que serve a ONU? Melhor para quem serve a ONU? E a resposta é uma só: Serve para os interesses políticos e econômicos dos EUA.

A Saúde

Há tempos que não escrevo nada aqui. Recolhi-me por vários motivos tais como a falta de assunto, a falta de tempo e por fim a falta de condições físicas. Nas últimas quarenta e oito horas passei por um verdadeiro apuro com relação à saúde. Tudo começou na terça-feira (07/01) e só terminou ontem às seis da tarde. Um simples mal-estar, ou seja, um enjoo e uma tontura desencadearam uma crise de regurgitações que parecia não ter fim. Sangue e preocupação configuraram o dia de ontem. Os médicos não sabiam ao certo o motivo de tudo aquilo. Tive que ser internado, passei uma noite no hospital para decobrir o quão importante é a saúde de um homem. Não há dinheiro, fama, glamour que pague a sensação de bem-estar. Sem saúde sentimo-nos excluídos do mundo. Faltam nos forças para realizarmos atividades corriqueiras e com isso parecemos inúteis. Ontem descobri que o bem mais precioso da vida é a saúde. Após exames mais detalhados descobriram que se tratava de uma esofagite, quer dizer, uma inflamação no esôfago. O diagnóstico levou embora o susto. No entanto, o mal que passei, este talvez nunca desapareça de minha memória. O importante é que agora tudo voltou à normalidade.